"Entre aspas"
Quando sucumbi ao que me abria e fechava
Meu coração disparou
Minha mente em êxtase
Egoisticamente
Aceitou cruzar o Portal
Do mundo que se desnudava
O tempo perdido em tempo convidava
A sonhar e se esbaldar
Outros braços a festar
A cantar e se envolver
Outros abraços
A gozar do prazer de tudo que eu cobiçava
Acorrentados, pés e mãos, sobrepesavam o corpo
A viagem perigosa
Dia a dia descortinava
Mostrando ao frescor imaturo
O velho e desconhecido nada
Efêmero saber, encruzilhadas, caminho torto
Desgastado o homem se acomoda da longa exploração
Se questiona
Volta a sorrir ao vento
Vive ao largo
(des)Conhecido Amor
Enquanto cai a densa neblina escura da desilusão
Tal qual Clarice me encontro assim
Contando histórias para amanhã
Perdido no presente tempo
Neste complexo e indelével afã
Entre aspas
“Conservando uma à esquerda e a outra à direita de mim”


